A primeira dúvida em relação a esse tema é a idade com que a criança deve iniciar o contato com o dinheiro. Isso dependerá de cada caso, entretanto, a partir dos dois anos, quando a criança começa a demonstrar desejos próprios, já é o momento de iniciar a analisar a melhor forma de inserir a educação financeira (não a mesada), mostrando o processo de troca do dinheiro por produtos.
Um ponto muito importante é explicar para seu filho por meio de conversas, jogos e brincadeiras, que nem tudo que ele quer ou assiste na TV é para ele comprar. Estimule-o a refletir e pensar sobre como utilizar dinheiro, priorizando os sonhos. Reserve as datas especiais (como o Natal, aniversário) para dar brinquedo à criança, isso evitará que ela queira tudo o tempo todo.
Depois desses passos, quando os jovens já estiverem acostumados com o contato com o dinheiro, já é a hora de progredir na educação financeira dos filhos começando a dar as mesadas. Contudo, cuidados devem ser tomados para que esse artifício realmente atinja sua finalidade.
Um deles é definir qual a finalidade que a mesada terá, ou seja, qual o limite de dinheiro que essa criança irá administrar, e qual o prazo que receberá (geralmente, semanal ou mensal). Isso variará de acordo da finalidade do dinheiro em cada caso, desde para a compra de doces, revistas e figurinhas, ou até os jovens, que já estão mais avançados na forma de cuidar das finanças, que podem assumir o pagamento da escola e cursos que realizam.
O que sempre observo na utilização da mesada é que a evolução do seu valor deve ser gradativa, sempre acompanhada de conversas que mostram a importância desse dinheiro e porque ele deve ser utilizado com responsabilidade. Também deve mostrar as crianças à importância de poupar parte para realização de pequenos sonhos, como o de guardar dinheiro por um período para compra de um brinquedo ou mesmo uma bicicleta.
É interessante educar os jovens a criarem planilhas anotando durante o mês onde vão gastar seu dinheiro, isto fará que eles possam analisar melhor e evitar gastos desnecessários e até mesmo eliminando excessos. As sobras para os mais novos podem ser postas em cofrinhos, que é um ótimo incentivador para pouparem, sempre lembrando que o dinheiro deverá ter objetivo, para que a criança saiba priorizar sonhos antes de sair gastando.
É fundamental também que se mostre aos jovens a importância de conquistar os valores que recebem, entretanto, não é interessante associar esse dinheiro a desempenho escolar, pois, o estudo deve ser incentivado pela importância que ele terá para vidas dessas crianças. Uma criança que só estuda para garantir a mesada no fim do mês poderá ter um rendimento muito baixo se, por algum motivo, a família deixar de ter condições de dá-la. Além de, limitar o desenvolvimento intelectual a essas metas atingidas.
Os benefícios da mesada são inegáveis: além de desenvolver o senso de responsabilidade, a administração de uma mesada pode ensinar o quanto pode ser difícil fazer o dinheiro render quando não se tem controle sobre os próprios impulsos de consumo. Assim, não se deve complementar com freqüência a falta de dinheiro ocasionada pela má administração da mesada.
Muitas crianças e adolescentes gastam além da conta e passam a recorrer sistematicamente aos pais para conseguir mais dinheiro. Se os pais cedem aos pedidos, não ensinarão a controlar os impulsos, criando a ilusão de que pode gastar sem limites. Quando isso acontece, a mesada perde a sua função.
Mostre a seu filho a importância de priorizar seus sonhos e que poupar é o caminho mais curto para a independência financeira.
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